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Responsável pela gestão ambiental e de recursos hídricos, o Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL) tem investido na tecnologia e inteligência de dados para otimizar e promover a eficiência nas ações de combate ao desmatamento e queimadas ilegais no estado. Com o monitoramento via satélites e as plataformas de informações integradas desenvolvidas pela Codex, empresa referência em governança de dados para gestão climática e ambiental, o Instituto melhorou em 400% a fiscalização de desmatamento ilegal no Pantanal. Apenas no primeiro semestre de 2024, as multas aplicadas ultrapassaram a casa dos R$ 13 milhões, enquanto que no ano de 2023 inteiro, a soma foi de R$ 18, 4 milhões para atos infracionais relacionados ao desmatamento.
"Em três meses de uso da inteligência de dados alcançamos um resultado proporcional ao trabalho de fiscalização realizado no ano anterior inteiro. É um resultado importante, que possui um caráter educativo e de redução da sensação de impunidade em crimes ambientais", comenta André Araujo, diretor-presidente do IMASUL.
Em 2024, a soma de multas referentes às queimadas e desmatamentos ilegais chegou a mais de R$ 18,4 milhões apenas no primeiro semestre. Já em 2023, a soma total das multas durante o ano inteiro chegou a R$ 22,4 milhões. "Temos uma visão quase em tempo real das atividades e podemos agir com mais eficiência dentro dessas áreas não autorizadas para supressão vegetal. Os princípios de incêndios, por exemplo, deixam uma 'cicatriz' na imagem e isso direciona o trabalho dos fiscais de maneira mais assertiva. As multas não são o objetivo principal do IMASUL, mas são ferramentas importantes para conscientizar que a impunidade para crimes ambientais não é tolerada no Estado. Além disso, a aplicação do auto de infração contribui para educar, uma vez que, a notícia transmite a clara mensagem para a sociedade quanto há consequências legais e financeiras para esses atos contra o meio ambiente", comenta André.
O executivo explica que todos os dados captados pelos satélites são integrados com os sistemas de autorização e meio ambiente estadual, contribuindo para a identificação rápida de pontos de retirada da vegetação original. Araujo revela que uma das metas é alcançar desmatamento ilegal zero no estado e o uso de tecnologia tem sido uma aliada nessa missão.
Visibilidade internacional do enfrentamento às mudanças climáticas no Brasil
O IMASUL foi uma das entidades convidadas para participar do Esri User Conference (Esri UC), na Califórnia, no mês de julho. O evento é conhecido como a maior conferência de tecnologia de sistemas de informação geográfica (GIS) do mundo e reuniu mais de 18 mil participantes. Os avanços na fiscalização de desmatamento e queimadas, que contribui para a agenda de ações de enfrentamento às mudanças climáticas, foi um dos destaques do Brasil no evento.
Outro case ligado às mudanças climáticas e seus impactos nas cidades foi o trabalho desenvolvido pela Codex durante a gestão de crise provocadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. A empresa implementou 17 soluções em 30 dias para o enfrentamento da crise climática na cidade de Porto Alegre.
Venícios dos Santos, diretor de Negócios da Codex, explica que a agilidade no desenvolvimento das aplicações contribuiu para a elaboração de planos de contingência com maior eficiência e previsibilidade. "Desenvolvemos aplicações com simulação das manchas de inundação e isso permitiu que o governo tivesse uma visão ampla dos imóveis e serviços públicos afetados; realizamos o monitoramento em tempo real das barragens, fornecendo informações atualizadas sobre o potencial dano que elas representavam. A plataforma de Impacto das Cheias de Maio teve mais de 200 mil acessos e funcionou como um hub de informações, com dados sociais e de infraestrutura, proporcionando aos gestores dados precisos para tomada de decisão", relembra.
O executivo destaca que, por meio da tecnologia, é possível avançar na implementação de planos de ação para o enfrentamento das mudanças climáticas. "A temática do clima é transversal, por isso a necessidade de organização e categorização dos dados. Governos e iniciativa privada devem entender a necessidade da governança de dados para essa pauta, enquanto não houver uma mudança de mentalidade sobre isso ainda teremos dificuldades como as observadas no Rio Grande do Sul, com perdas materiais e humanas", comenta.
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