Ações inovadoras da Rioterra são alternativas para recompor áreas degradadas em propriedades da agricultura familiar.
Foto: Assessoria/Rioterra
Conforme dados produzidos pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e medidos conforme o “ano-Prodes” do período compreendido entre agosto de 2023 e julho de 2024, houve redução no desmatamento nos biomas mais sofrem pressão no Brasil.
As informações foram anunciadas durante evento na última quarta-feira (6), no Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro, durante a assinatura do Pacto Interfederativo para a Prevenção e o Controle do Desmatamento Ilegal e dos Incêndios Florestais no Cerrado, com os Estados do Matopiba ‒ fronteira agrícola composta por municípios de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
No período, o desmatamento da Amazônia teve queda de 30,6% enquanto que o do Cerrado foi 25,7%. Para a Amazônia, com 6.288 km² desmatados no período, é a menor taxa de desmatamento desde 2015, quando 6.207 km² foram desmatados no bioma. A região sofre intensa pressão do agronegócio, garimpo ilegal e setor madeireiro.
Conforme a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, esses números nas taxas de desmatamento deste ano refletem o trabalho do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
“É um plano pensado não como política setorial, mas como política transversal. Os resultados alcançados não são apenas do governo federal, são de uma ação integrada com os governos do Estados. É uma política com base em evidência, a partir de seminários técnicos e científicos, e são planos que agora chamamos de PPs, porque são para todos os biomas brasileiros “, afirmou a ministra.
Reflorestamento como alternativa
Para recompor o espaço florestal perdido com o desmatamento ilegal na Amazônia, projetos de reflorestamentos são dados como eficientes para refazer a cobertura vegetal e ao mesmo tempo gerar renda aos produtores rurais. A recuperação de áreas degradadas, inclusive as atingidas pela seca e pelas queimadas florestais, está entre as soluções inovadoras implementadas pela Rioterra, organização que busca restaurar ecossistemas e promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Através do projeto Agro Verde a Rioterra em parceria com a Reforest’Action desenvolve modelos de reflorestamento utilizando espécies nativas. Para este ano de 2024, o viveiro produziu cerca de dois milhões de mudas que serão distribuídas e plantadas sem custos para os produtores rurais cadastrados.
Ao longo de 15 anos, a Rioterra já produziu e doou mais de oito milhões de mudas de mais de 110 espécies, promovendo a recuperação estimada em seis mil hectares, beneficiando diretamente cerca de 4,6 mil agricultores familiares.
Para o coordenador de projeto da Rioterra, Alexis Bastos, “trabalhar com recuperação da cobertura vegetal nos dá a oportunidade de ampliar os olhares para além do óbvio, que é a estocagem de carbono. A Rioterra utiliza a recuperação vegetal como ferramenta para gerar renda, inclusão de mulheres e jovens, implementar políticas públicas, produzir alimentos, fortalecer cadeias produtivas, realizar pagamentos por serviços ambientais. Enfim, a Rioterra inova sempre com o uso de uma ferramenta simples, mas que se usada de formas diferentes e integradas pode promover um ambiente de inovação incrível para a Amazônia”.
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