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Foto do escritorSolano Ferreira

Recuperação de nascentes e matas ciliares são alternativas para a crise hídrica na Amazônia

A crise hídrica que atravessamos tem gerado preocupações ambientais e econômicas ao país inteiro e na Amazônia não é diferente com a seca de rios e rebaixamento dos lençóis freáticos, colocando em alerta sobre o futuro dos recursos hídricos da região. O abastecimento das populações pode ser comprometido se não houver rápidas ações no sentido de resolver as insuficiências de água potável em volume e qualidade para o consumo humano. A escassez hídrica também afeta a economia com restrições para indústrias, plantios e criação de animais, uma vez que tudo depende de água. O desmatamento ilegal, as queimadas e os incêndios florestais são fatores que influenciam na alteração do clima.  

Foto: Assessoria/Rioterra

Em Rondônia, o rio Madeira que é o maior do estado e um dos maiores do mundo, está com cotas baixíssimas interferindo na navegação e na geração de energia nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, em Porto Velho, que integram o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). 


Neste mês de setembro de 2024, a cota de medição do rio Madeira atinge entre 0,90 cm a 0,70 cm superando todas as expectativas, sendo a pior seca já registrada. As outras bacias hidrográficas do estado também são impactadas com a seca, sendo: Guaporé, Mamoré, Machado, Abunã e Jamari, todas são afluentes do rio Madeira.


Alternativas


Entre as alternativas para o enfrentamento ao problema hídrico está a recuperação de Áreas de Preservação Permanentes (APPs – leia-se aqui as nascentes e matas ciliares) para garantir a manutenção dos volumes de água e para proteger os rios do assoreamento. As águas das microbacias são fundamentais para alimentar os grandes rios, por isso é relevante o trabalho de recuperação de áreas degradadas. 


Pela experiência em projetos na Amazônia, a Rioterra aposta no gerenciamento dos recursos hídricos contra a escassez de água. A instituição inova com a oferta de plantio sem custo para os produtores rurais em regime familiar e forma um arranjo florestal capaz de gerar renda desde os primeiros ciclos com o plantio no Sistema Agroflorestal (SAF), onde são plantados no mesmo espaço espécies florestais e frutíferas garantindo a sustentabilidade do fator econômico das propriedades atendidas.


O geógrafo Luiz Felipe Ulchoa, coordenador de Assistência Técnica, explica que é importante recuperar e conservar as matas ciliares porque fazem o papel de filtragem de toda a água proveniente do escoamento superficial das chuvas. Esse processo evita o assoreamento e protege os mananciais dando vida aos rios. Outra realização da Rioterra é oferecer aos produtores rurais a recuperação de áreas de APPs com o plantio de árvores em nascentes. Essa técnica de recuperação protege a área favorecendo no aumento da quantidade e qualidade da água.


A presidente Fabiana Barbosa Gomes destaca que as ações da Rioterra sempre visam esse bem comum. “Quando projetamos nossas ações pensamos na recuperação de áreas degradadas com foco também na segurança hídrica da propriedade rural. As florestas regulam de forma natural para manter o ciclo da água, gerando qualidade e quantidade para a utilização na área beneficiada, além escoar o excedente para lagos, igarapés e rios”, enalteceu.


Resultados


O fator água de boa qualidade é uma das razões de adesão de agricultores familiares às ações da Rioterra. Proprietário de uma área rural na Linha C-25, em Monte Negro, o produtor Marcos Antônio Santos destaca a importância da manutenção das nascentes para o cultivo agrícola e para a criação de animais. Ele ressalta que, o reflorestamento de área de APP possibilita a recuperação de volume de água além dos benefícios socioeconômicos e ambientais. 


A produtora rural Solange Walsak, da Estrada Velha da Mibrasa, em Itapuã do Oeste, foi uma das primeiras beneficiárias de ações da Rioterra que formou uma floresta produtiva em sua propriedade. Ela comemora os resultados e diz que tem colheita o ano todo, e que as fontes de água foram revigoradas favorecendo as atividades e desenvolvimento das culturas.


Proteção dos Recursos Hídricos é Essencial para o Futuro da Amazônia


A crise hídrica na Amazônia exige ações rápidas e eficientes para garantir a preservação dos recursos hídricos essenciais à vida e à economia local. As iniciativas de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, como as realizadas pela Rioterra, mostram que é possível reverter os impactos da seca e assegurar a sustentabilidade tanto ambiental quanto socioeconômica. Proteger as nascentes e matas ciliares é garantir água de qualidade e quantidade, preservando os rios e mantendo a vitalidade das comunidades e da produção rural.

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