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Primeira torre em floresta de várzea da Amazônia vai monitorar a emissão de gases de efeito estufa

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • 7 de jan.
  • 3 min de leitura

Estrutura metálica foi construída pelo Instituto Mamirauá e ajudará nas pesquisas sobre o ecossistema local e a dinâmica ambiental de áreas úmidas amazônicas

Foto: Miguel Monteiro/IDSM

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), inaugurou, na segunda quinzena de dezembro, a primeira torre destinada ao monitoramento da emissão de gases de efeito estufa em florestas de várzea na Amazônia.


A estrutura metálica, de 48 metros de altura, desponta acima da copa das árvores da Reserva Mamirauá e se destaca na paisagem amazônica. Batizada de Torre de Fluxo do Mamirauá, ela está equipada com sensores que irão monitorar, nos próximos anos, as emissões de gases de efeito estufa das florestas de várzea, em especial, o metano, importante gás relacionado ao processo de aquecimento global.


"O objetivo da torre é entender o balanço de carbono, a dinâmica de gases de efeito estufa nas florestas de várzea da Amazônia. Esta é a primeira torre em florestas de várzea, que são essas florestas alagadas ao longo de grandes rios amazônicos de água branca, como as florestas alagadas ao longo dos rios Solimões e Amazonas e de outros grandes rios amazônicos", explicou o pesquisador titular do Instituto Mamirauá e um dos coordenadores do projeto, Ayan Fleischmann.


"Nossa grande contribuição é começar a preencher uma enorme lacuna no conhecimento sobre as emissões de gases de efeito estufa, especialmente o metano, nesses ambientes alagados das florestas de várzea da Amazônia", afirmou Fleischmann.


O local onde a torre está instalada fica inundado durante metade do ano, com a água podendo atingir mais de quatro metros de altura em anos de cheia forte.


Construção


O projeto da Torre de Fluxo do Mamirauá foi planejado ao longo de mais de um ano e envolveu etapas como a aquisição de equipamentos, a elaboração do projeto de construção, a escolha do local e a aprovação junto às comunidades parceiras.


"A construção de fato da Torre começou em agosto. Devido à seca extrema, tivemos que parar o trabalho, já que o acesso ficou inviável. Entre novembro e dezembro, concluímos a etapa final. Na segunda quinzena de dezembro, ela começou a operar", contou o pesquisador.


Torres na Amazônia


A Torre de Fluxo do Mamirauá faz parte de uma rede global de torres que fornecem dados inéditos e essenciais sobre diversos ecossistemas, e agora o de florestas de várzea da Amazônia. A torre irá integrar a Rede FLUXNET-CH4, um banco de dados internacional de torres de fluxo localizadas em diversos ecossistemas, e o LBA (Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia) coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA), que há 25 anos busca compreender as dinâmicas ambientais da Floresta Amazônica e seu papel na regulação do clima regional e global.


"Embora existam mais de 20 torres de fluxo em operação atualmente na Amazônia, esta é a primeira instalada em florestas de várzea", destacou o pesquisador.


Ele também mencionou outras como a Torre ATTO.. "Que é bem maior, "aA nossa torre tem 48 metros de altura. A Torre ATTO tem mais de 300m. Tem também as torres do AmazonFace, que é outro tipo de projeto e é voltado para a fertilização de carbono".


Financiamento


O projeto é realizado por pesquisadores do Instituto Mamirauá, da Stanford University e da Universidade Federal de Santa Maria, formando uma parceria para preencher lacunas de conhecimento sobre o tema.


A construção foi financiada pela Fundação Gordon & Betty Moore, que viabilizou a estrutura e os instrumentos avançados para medir gases como metano, dióxido de carbono e vapor d'água, além de diversas variáveis hidrometeorológicas.


Comunidade local


O projeto tem um forte componente de engajamento comunitário. Segundo Ayan Fleischmann, as comunidades locais participaram desde o início da construção e continuarão sendo envolvidas por meio de educação ambiental e interação com escolas próximas.


"Acho que esse é um diferencial importante. Tentamos trazer desde o início as comunidades locais para participar, engajar, não só na construção da torre. Queremos perenizar essa relação por meio da educação ambiental e interação com a escola", pontuou Fleischmann.


Está sendo elaborado junto com a escola da Comunidade São Raimundo do Jarauá, comunidade mais próxima da torre, um plano de trabalho para envolver os estudantes nos próximos anos.


"Queremos levar os alunos para a torre para eles estudarem temas como clima, hidrologia, florestas, mudanças climáticas. Com isso, tentar incentivá-los e quem sabe fomentar a próxima geração de cientistas ribeirinhos", finalizou o pesquisador Ayan Fleischmann.

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