DO TAMANHO DO MUNDO
14 de dezembro de 2023
Por Solano Ferreira*
O caso Braskem é mais um daqueles fatos cabulosos que acontecem no Brasil com a exploração mineral, atividade que requer extremo cuidado e controle. A empresa foi constituída em 2002 a partir da junção de outras do mesmo segmento, porém, o sal-gema á é explorado em Maceió – capital de Alagoas, desde o ano de 1976, pela antiga empresa Salgema Indústrias Químicas S/A.
Imagem do Google Maps, de 14 de dezembro de 2023.
São quase 50 anos de exploração irresponsável e sem qualquer controle e fiscalização, a ponto de afetar cinco bairros, 14 mil imóveis, 55 mil pessoas, 20% da cidade de Maceió, além de diversos danos ambientais. Quem vai pagar por isso?
O sal-gema extraído das 35 minas em operação no subsolo urbano de Maceió é utilizado principalmente para a fabricação de plástico PVC, mas o produto também tem outras finalidades, inclusive, o uso na culinária.
Conforme divulgado pelo Brasis, os moradores que perderam bens de uma vida toda alegam que não foram procurados por ninguém da Braskem ou de qualquer instituição de poder que possa dar respostas e soluções. Nos cinco bairros que tiveram as casas evacuadas, o que se vê são escombros e ruínas como um cenário de guerra.
Respostas ainda não dadas precisam esclarecer quem vai ressarcir o governo estadual e o governo municipal pelos prejuízos ao erário público, e quem pagar a conta das indenizações de tantos bens imóveis perdidos pela exploração sem limites e sem critérios que causou enormes ocos no subsolo de Maceió. Esse tipo de extração mineral requer que as crateras abertas sejam preenchidas por outros materiais para evitar dano como esse em Maceió.
Para ser mais claro é quase meio século de exploração mineral no subsolo de uma importante e conhecida capital, sem que ninguém intervisse para que o problema não ficasse DO TAMANHO DO MUNDO.
(*) Solano Ferreira é jornalista, publicitário e professor.
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