No Brasil, 46,3% das moradias sofrem com algum tipo de privação de saneamento básico

O saneamento básico é um direito fundamental, essencial para a saúde, dignidade e qualidade de vida. No entanto, o acesso a serviços de saneamento não é uma realidade para milhões de brasileiros. A falta da infraestrutura se manifesta de diversas formas, cada uma com seus próprios impactos na vida da população. Entenda os principais tipos de privações:
Privação de acesso à rede geral de água: é a falta de ligação da moradia na rede geral de distribuição de água tratada As moradias com acesso ao serviço são aquelas que estão ligadas às redes, independentemente de a água proveniente da rede geral ser a principal forma de abastecimento.
Frequência de recebimento insuficiente: as moradias com recebimento insuficiente são aquelas que estão ligadas às redes, mas a água recebida pela rede geral não é a principal forma de abastecimento ou aquelas que não recebem água diariamente.
Disponibilidade de reservatório: as moradias privadas de reservatórios são aquelas que não dispõe de caixas d'água, cisternas ou outro tipo de reservatórios de água potável.
Privação de banheiro: As moradias em estado de privação de banheiro são aquelas que não dispõe de banheiro de uso exclusivo na moradia.
Privação de coleta de esgoto: As moradias em estado de privação de coleta de esgoto são aquelas que não estão ligadas à rede geral ou pluvial de coleta de esgoto.
A moradia com privação de saneamento é tipicamente encontrada em áreas rurais, cidades do interior e periferias de grandes cidades. Essa realidade é mais comum em estados do Norte e Nordeste e em assentamentos precários nas regiões metropolitanas.
Tabela 1 - Número de moradias e de habitantes em privação de serviços de saneamento, Brasil, 2022

Um estudo do Instituto Trata Brasil, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2022, revelou que 46,3% das moradias brasileiras sofrem com algum tipo de privação de saneamento básico.
A falta de água tratada e a ausência de serviços de coleta e tratamento de esgoto têm um impacto direto na saúde da população, especialmente em crianças e idosos. Além dos impactos no bem-estar, a falta de saneamento básico aumenta a incidência de doenças, provocando o afastamento das pessoas de suas atividades laborais, com consequências educacionais e socioeconômicas significativas.
Cada uma dessas privações representa um obstáculo para o desenvolvimento socioeconômico e a preservação ambiental. Para alcançar a universalização do saneamento, é fundamental compreender esses desafios e construir soluções eficazes a curto, médio e longo prazo, garantindo que os serviços básicos sejam um direito acessível a cada cidadão.
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