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Expansão da pecuária no Brasil: estudo revela desafios e oportunidades para um setor mais produtivo e sustentável

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • 15 de mar.
  • 3 min de leitura

Levantamento do Amazônia 2030 aponta que 64% das pastagens brasileiras apresentam baixo vigor e que o setor responde por mais da metade das emissões de gases de efeito estufa do país


A pecuária ocupa 64% da área agropecuária do Brasil, mas contribui com apenas 17% do valor bruto da produção do setor, refletindo um uso ineficiente da terra e desafios estruturais. Um estudo inédito do projeto Amazônia 2030 analisa a expansão da pecuária entre 2000 e 2023 e aponta caminhos para transformar o setor, garantindo maior produtividade e sustentabilidade. O levantamento destaca que 64% das pastagens (105 milhões de hectares) apresentam qualidade baixa ou intermediária e que o setor foi responsável por 51% das emissões de gases de efeito estufa do país, principalmente devido ao desmatamento. 


Entre 2000 e 2023, a pecuária brasileira passou por avanços importantes no que tange a sua produtividade, impulsionada por incentivos econômicos e pressões ambientais, mas ainda enfrenta entraves estruturais. O estudo destaca que políticas como o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e a Moratória da Soja reduziram o desmatamento em cerca de 80% entre 2003 e 2012, favorecendo práticas mais produtivas. No entanto, o crescimento da atividade ainda pressiona a floresta: para cada hectare de pastagem reformado no Brasil, um hectare de floresta foi derrubado, e na Amazônia esse número sobe para 2,35 hectares. Em contra partida, apenas 0,2% dos pastos degradados foram reformados.

A pesquisa também aponta que a oferta de crédito rural cresceu, mas permanece mal distribuída. Em 2023, apenas 23% dos recursos foram aplicados em produtividade, como recuperação de pastagens e inseminação artificial, enquanto a maior parte foi direcionada à compra de gado, sem metas ambientais ou produtivas robustas. Com um estoque de R$ 1 trilhão em crédito privado subsidiado sem exigências sustentáveis, o estudo destaca que há um enorme potencial para alavancar práticas mais responsáveis no setor. 


Recomendações para um setor mais sustentável


O estudo propõe um conjunto de recomendações para reverter esse quadro, incluindo:


  • Fortalecer o combate ao desmatamento e garantir a destinação correta de terras públicas;

  • Condicionar o crédito rural a metas de produtividade e sustentabilidade, com assistência técnica para pequenos e médios produtores;

  • Direcionar infraestrutura e incentivos para áreas prioritárias, onde a recuperação de pastagens é mais viável;

  • Ampliar a transparência na cadeia produtiva, garantindo rastreamento da origem do gado e maior comprometimento de frigoríficos e investidores com práticas sustentáveis.


"Nos últimos 23 anos, a expansão da pecuária revela que é possível aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir o desmatamento por meio de incentivos práticos e controle ambiental. No entanto, falhas nas políticas públicas e privadas têm impedido um avanço mais rápido, amplo e duradouro das melhores práticas. Assim, quase metade dos pastos estão degradados enquanto o desmatamento para pecuária continua. Diante da intensificação da crise climática, especialmente da redução das chuvas, as oportunidades para o aproveitamento produtivo de pastagens degradadas tendem a se reduzir drasticamente.


O aquecimento global segue leis físicas imutáveis: quanto maiores as emissões de gases do efeito estufa, mais rápidas e intensas serão as mudanças climáticas. Portanto, políticos e líderes empresariais não podem hesitar. Apenas por meio de uma colaboração robusta e comprometida será possível mitigar os impactos ambientais da pecuária e promover o desenvolvimento sustentável em territórios onde a atividade ainda opera com baixa produtividade", destaca o estudo.


Para baixar o estudo completo - clique aqui


Sobre o Amazônia 2030


O Amazônia 2030 é uma iniciativa conjunta do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, em parceria com a Climate Policy Initiative (CPI) e o Departamento de Economia da PUC-Rio, conduzida por pesquisadores brasileiros para desenvolver um plano de ações para a Amazônia. Seu objetivo é apontar caminhos para que a região dê um salto de desenvolvimento econômico e humano, mantendo a floresta em pé.

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