O cupuaçu, uma fruta nativa da Amazônia, continua a se destacar como um ativo valioso na bioeconomia brasileira, especialmente no estado do Pará. Com uma área plantada de 8.900 hectares e uma produção anual de 29 mil toneladas em 2024, o cultivo do cupuaçu envolve cerca de 1.400 propriedades, predominantemente de agricultores familiares, segundo dados do IBGE.
Foto: Vinícius Braga/Embrapa
Pesquisadores da Embrapa, como Alfredo Homma, apontam que a cadeia do cupuaçu tende a expandir cada vez mauis. Isso devido à crescente demanda pela polpa da fruta, utilizada na fabricação de dmanteioces, sucos e outros produtos de confeitaria. Além disso, as amêndoas do cupuaçu são cada vez mais valorizadas pela indústria cosmética, onde são transformadas em manteiga apreciada por suas propriedades em produtos de beleza.
Alberto Oppata, presidente da Cooperativa Mista de Cupuaçu (C.A.M.T.A), localizada em Tomé-Açu — o maior polo produtor do fruto —, destacou que a cooperativa produziu 530 mil quilos de polpa e cerca de 45 mil quilos de manteiga em 2024. No entanto, ele observou que a demanda por manteiga de cupuaçu frequentemente supera a capacidade de entrega. “Nossa demanda está acima de nossa capacidade de entrega pela ausência do fruto”, afirmou Oppata.
Inovações tecnológicas e potencial lucrativo
Um estudo intitulado “Bioeconomia da Sociobiodiversidade no Estado do Pará”, publicado em 2021, estima que a produção e comercialização do cupuaçu podem gerar mais de R$ 170 bilhões em renda até 2040. O cupuaçu-amêndoa foi classificado entre os dez produtos com maior potencial econômico para o estado nas próximas duas décadas.
Recentemente, o lançamento do kit clonal Cupuaçu 5.0 pela Embrapa promete aumentar a produtividade e resistência das plantações. Com essa tecnologia, é possível produzir até 14 toneladas por hectare, um aumento significativo em relação à média anterior de apenas 2,5 toneladas por hectare. Essa inovação não só melhora o rendimento das colheitas, mas também expande o período de safra de quatro para seis meses.
As exportações de produtos derivados do fruto também estão em ascensão. Em 2024, as vendas externas da polpa e manteiga do cupuaçu aumentaram consideravelmente, refletindo a valorização crescente deste fruto no mercado internacional. A versatilidade dele permite sua utilização em uma variedade de produtos como sorvetes, geleias e cosméticos.
O cupuaçu se estabelece como um fruto com alto potencial para impulsionar a bioeconomia na Amazônia. Com o apoio contínuo da pesquisa e inovação tecnológica, espera-se que o cultivo e a comercialização do cupuaçu contribuam significativamente para o desenvolvimento econômico sustentável do Pará. E também para a valorização dos produtos da sociobiodiversidade brasileira. O futuro é promissor para este fruto icônico da Amazônia.
Fonte: Agro em Campo
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