Foto: João Vitor Moura/MS
Equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) realizaram visita técnica para avaliar a situação de comunidades indígenas em Cruzeiro do Sul, município acreano distante 620 quilômetros de Rio Branco. Lá, a principal preocupação é o impacto da fumaça de queimadas na saúde da população.
Na prática, em parceria com as secretarias Estadual de Saúde do Acre e Municipal de Saúde de Mâncio Lima, os técnicos da FN-SUS analisaram dados epidemiológicos da região e mediram a capacidade de resposta da rede de assistência.
“Realizamos diagnóstico vivo situacional para avaliação das necessidades de saúde, alimentar, medicamentos e insumos básicos frente às emergências climáticas ocorridas no estado”, detalhou a enfermeira emergencista Conceição Mendonça, responsável pela ação.
As aldeias da etnia Puyanawa possuem características urbanas, por residirem em município próximo ao Cruzeiro do Sul. No local, residem uma média de 200 famílias, totalizando aproximadamente 800 indígenas.
“As condições de saúde estão satisfatórias, usam água tratada com hipoclorito e não foram identificados casos de necessidade de cestas básicas no momento. Tivemos contato com as equipes de saúde indígena e há equipes assistenciais durante toda a semana. A fumaça densa e baixa vem causando aumento das síndromes gripais em crianças e idosos, além de queimação e vermelhidão nos olhos”, complementa Conceição. “Estamos em ação conjunta com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Juruá para manter as Unidades Básicas de Saúde (UBS) abastecidas com medicamentos específicos e nebulização, além da notificação dos casos de síndromes gripais e diarreia”, conclui.
Os municípios de Feijó, Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima estão em alerta devido ao aumento do número de óbitos em idosos e crianças até um ano, tendo como causa síndromes respiratórias.
Acesso comprometido
O coordenador da Sala de Situação climática do Ministério da Saúde, Marco Horta, se reuniu com autoridades do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alto Rio Juruá para discutir as ações focadas nos territórios indígenas, voltadas à mitigação do efeito das secas, estiagens e queimadas sobre a saúde daquelas populações.
O território indígena do Alto Rio Juruá é composto por 8 municípios, abrangendo 15 povos e uma população de 20,6 mil pessoas. “Os polos bases de Marechal Thaumaturgo, Jordão e Feijó foram identificados como aqueles que necessitam de maior atenção devido à dificuldade de acesso às aldeias em função da escassez de água nos rios para navegação e transporte de insumos e pessoas. Esses polos juntos somam 44 aldeias com restrição de acesso”, comenta.
Foram discutidos a logística de abastecimento de água e alimentos além de medicamentos e vacinas. Além disso, foram pactuadas missões de campo aos municípios de Tarauacá, Marechal Thaumaturgo e Cruzeiro do Sul, que ocorrerão nesta sexta-feira (20).
Queimadas
O Ministério da Saúde tem prestado apoio a estados e municípios afetados pelas queimadas e pela seca extrema. O principal objetivo é monitorar a capacidade de assistência e elaborar planos de resposta em caso de emergência de saúde pública.
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