Por Joel Elias*
A tentativa de golpe na Bolívia, liderada por militares descontentes, é um alerta claro para o Brasil sobre os perigos que ainda enfrentamos com a presença de Jair Bolsonaro e seus apoiadores extremistas. Assim como na Bolívia, Bolsonaro e seus seguidores continuam a minar a democracia e a incitar o Exército a intervir. A crise política e econômica que assola a Bolívia tem paralelos assustadores com a situação brasileira. Assim como o "milagre econômico boliviano" chegou ao fim, o Brasil também enfrenta uma grave crise econômica, com altos níveis de inflação, desemprego e desigualdade social, se bem que hoje, em patamares mais baixos, mas ainda um problema existente no país.
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Essa deterioração das condições de vida deve ser vista sempre como um risco, pois gera descontentamento e serve para alimentar a “porralouquice” dos bolsonaristas, que vagam feitos moribundos pelas redes sociais destilando ignorância e ódio inventando um país que não existe, um país sem liberdade política, sem liberdade de pensamento, um modelo retrógrado que eles é quem defendem e até tentaram implantar por aqui com os atos antidemocráticos que culminaram com a fracassada tentativa de golpe ocorrida no dia 08 de janeiro de 2023, quando um grupo de terrorista bolsonaristas depredaram a sede dos Três Poderes, em Brasília, pra justificar uma intervenção do Exército. O Exército, na loucura bolsonarista, entraria em cena para pacificar o país depondo um presidente legítimo, eleito pelo povo, repetindo a triste história do 31 de março de 1964, quando os coturnos militares se apossaram da capital federal impondo ao país uma ditadura que durou 21 anos.
No caso atual, o maior perigo reside na postura de que tem adotado Jair Bolsonaro e seus aliados, que desafiou a vontade dos brasileiros ao não aceitar sua derrota nas urnas em 2022. E assim como os militares bolivianos, que deram as costas à democracia, Bolsonaro e seus seguidores constantemente elogiam e incitam o Exército brasileiro a fazer o mesmo. A tentativa de golpe na Bolívia deve servir como um lembrete sombrio do que pode acontecer se Bolsonaro e seus apoiadores extremistas continuarem a minar as instituições democráticas. O risco de uma ruptura institucional no Brasil é real e não pode ser ignorado. O 8/1 é uma prova concreta disso. As “viúvas da ditadura” continuam aí como carpideiras. Os inimigos da democracia são uma presença real no dia a dia do país, alguns, investidos até em cargos eletivos.
Diante desse perigo que nos rodeia, é primordial que os brasileiros defensores da democracia permaneçam vigilantes e prontos para defender nossas conquistas contra qualquer ameaça autoritária. A comunidade internacional também tem um papel crucial a desempenhar. Assim como o Brasil condenou a tentativa de golpe na Bolívia, a comunidade internacional deve deixar claro que não tolerará qualquer tentativa de interromper a ordem constitucional no Brasil. Sanções e isolamento diplomático devem ser a resposta a qualquer movimento golpista. A tentativa de golpe na Bolívia é um lembrete sombrio dos perigos que o Brasil ainda enfrenta. Bolsonaro e seus apoiadores extremistas continuam a representar uma ameaça real à nossa democracia. Os defensores da liberdade e da justiça devem se unir para defender nossas instituições instituições democráticas contra qualquer tentativa de subvertê-las. Como diria D. Paulo Evaristo Arns, ex-presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): “Ditadura nunca mais!”
*Joel Elias é jornalista atuante na Amazônia brasileira.
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