26ª edição do Encontro de Asfalto recebeu cases de empresas que utilizam materiais reciclados
Foto: Divulgação
Empresas concessionárias de rodovias apresentaram resultados de projetos recentes da aplicação de pavimento asfáltico recuperado (RAP em inglês) em seus empreendimentos durante a 26ª edição do Encontro de Asfalto, organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) na última terça-feira (30/07), com patrocínio do Governo Federal e da Petrobras.
Luiz Alberto, consultor do Centro de Pesquisas da Petrobras, empresa que detém 90% do mercado de asfalto no país, ressaltou que a previsão de futuro do segmento é ter uso de 100% de materiais reciclados. "Vemos mobilização do setor para aproveitar melhor os materiais. A Petrobras busca no mercado, claro, sempre o menor custo, mas também a melhor performance. Temos consciência que a pavimentação asfáltica é bastante relevante na questão das emissões".
Willian Fedrigo, especialista de pavimento do Grupo CCR, que tem sob sua gestão 3.615 km de rodovias, por onde circulam cerca de 3 milhões de veículos diariamente, apresentou ações da empresa em aumentar a reutilização de materiais com consequente diminuição de emissões. O grupo anunciou recentemente novos compromissos para redução de carbono até 2035. "Tudo isso está ligado ao nosso comprometimento com a sustentabilidade. Além disso, temos uma meta anual de reutilização. A taxa percentual mensal acumulada em 2023 foi de 20%. Para 2024, nós temos a meta de 27%", frisou Fedrigo.
Já Diego Guedes, Coordenador de Obras de Pavimento, do Grupo CCR, afirmou que a empresa está preparada para trabalhar com o RAP, o que não era uma prática muito difundida há alguns anos. "O RAP vem numa crescente de melhoria e já percebemos uma mudança no mercado indo nessa direção", pontuou.
Guilherme Rodrigues, Gerente de Laboratórios da Arteris, destacou o aprendizado da companhia em relação à reciclagem profunda de pavimento com emulsão asfáltica com base no conceito de economia circular. "Essa é uma tendência crescente em várias indústrias. Na pavimentação, temos o reaproveitamento de resíduos e produtos de outras indústrias como a borracha de pneus, que é uma prática consolidada no país, e também de plásticos que vem recebendo cada vez mais incentivos. O reaproveitamento do plástico vem ganhando força devido à crescente conscientização sobre os impactos ambientais".
O Grupo EcoRodovias mostrou sua experiência com o uso da Base Estabilizada com Betume (BSM, em inglês), material usado como uma camada intermediária do pavimento. "Como benefícios, o BSM tem um aumento significativo da coesão, tem também uma grande rigidez. É um material não sujeito a fadiga por sua composição que confere uma maior resistência à umidade e uma maior durabilidade quando comparado com outros materiais", ressaltou Douglas Mocelin, Coordenador de Qualidade de Pavimentos da empresa.
Comments