Estados amazônicos despontam entre os mais violentos contra a mulher
Imagem: Câmara dos Deputados
Neste dia 8 de maro é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data serve para ampliar o debate sobre os direitos e o empoderamento da mulher. Apesar do aumento das discussões sobre a temática, a realidade mostra que muito precisa avançar nessa pauta.
Ontem (7) foi divulgado relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostrando que em 2023, o feminicídio aumentou 1,6% se comprado a 2022. Os registros mostram que 1.463 mulheres foram vítimas do crime, gerando uma taxa de 1,4 mulheres mortas para cada grupo de 100 mil. Outro dado preocupante é que a cada 6 horas houve um registro de ocorrência.
Nos estados que compõem a Amazônia Legal, os números de casos lideram em demais estados do país. Dos 18 estados com crimes de feminicídio acima da meta, quatro estão na região Amazônica. A maior taxa ficou com o Mato Grosso com a marca de 2,5 mulheres mortas por 10 mil. O Acre, Rondônia e Tocantins ficaram empatados em segundo lugar com 2,4 mulheres mortas por 100 mil. Na terceira posição, com a taxa de 2,3 por 100 mil mulheres, aparece o Distrito Federal.
O Amapá que também integra a região Amazônica registrou a menor taxa com 1,1 caso por 100 mil, empatando no ranking de menores ocorrências com Ceará 0,9 por 100 mil e São Paulo com 1 por 100 mil.
Mulheres em funções elevadas na careira são sobrecarregadas em casa
Entre as mulheres que exercem funções de alto escalão e comandam grandes equipes, em mais de um terço das residências são elas as responsáveis pelos cuidados domésticos. Isso significa que 38% no mundo e 35% no Brasil, as mulheres que são grandes líderes no mercado de trabalho, se desdobram dentro de casa.
O preconceito é outro fator identificado entre as mulheres com funções executivas elevadas. Duas em cada três profissionais relatam á terem sido prejudicadas em razão de gênero.
Acre busca a equidade de gênero
O “Projeto Ação Coletiva Mulheres no Controle” realizado em conjunto pela Conselho Nacional de Controle Interno (Conaci) e pelo Banco Mundial, ganha atenção do governo do Acre, por meio da Controladoria-Geral do Estado. Esse projeto foi criado para promover a equidade de gênero e os critérios ESG (Environmental, Social and Governance) na gestão pública.
O projeto é voltado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, com ênfase no ODS 5 da Agenda 2030 e ESG, e uma das suas etapas é a autoavaliação das controladorias, mediante a cooperação técnica Conaci e Rede Equidade, a partir do Modelo de Inclusão da Diversidade e Equidade (IDE), desenvolvido pela Rede Equidade, formada pelo Senado Federal e onze instituições públicas federais, incluindo o Conaci.
Mulher na presidência do Deracre
Outro ato do governo acreano foi anunciado na véspera do Dia da Mulher, portanto na quinta-feira (7), sendo a nomeação de Orlanilda Ximenes Muniz, conhecida como Sula, queassumiu a presidência do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre).
Sula, que é especialista em Gestão Pública, é a primeira mulher a conduzir o órgão nos 60 anos de existência. Com reconhecimento pelo trabalho de 10 anos, ascendeu na hierarquia do órgão e desempenhou funções no órgão, como: secretária, na diretoria de Ramais; chefe de gabinete da Presidência, e diretora de Expansão e Planejamento.
Porto velho estimula a liberdade financeira das mulheres
Na capital de Rondônia, a independência financeira das mulheres é uma das políticas desenvolvidas pela Prefeitura de Porto Velho. São vários projetos que neste mês de março tem reforços nos incentivos.
Dois projetos são apontados como principais ferramentas para garantir a liberdade financeira das mulheres portovelhenses. A Feira da Mulher Empreendedora, realizada pela Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres (CPPM), setor ligado à Secretaria Geral de Governo (SGG), leva às praças e outros locais públicos produtos fabricados pelas mãos femininas para a venda direita.
Outro projeto é o Giro Empreendedor, promovido pelo Departamento de Desenvolvimento Socioeconômico da Secretaria Municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho (Semdestur). São 138 cadastradas que participam de feiras diversas de forma gratuita expondo e comercializando seus produtos de forma direta.
Por Solano Ferreira - Jornalista atuante na Amazônia.
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