Evento promovido pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade e Insper debate quais as melhores alternativas sustentáveis para setor
Foto: Divulgação Internet
Segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) de 2023, a mudança de uso da terra e floresta e a agropecuária são os maiores emissores do Brasil, representando, conjuntamente, quase 75% do total nacional.
No dia 10 de setembro (terça-feira), às 9h, o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e o Insper realizam o evento "Diálogos Setoriais para uma Transição Econômica Verde Sustentável - Desafios e Oportunidades para o Setor de Agropecuário", em que se debaterá as melhores alternativas sustentáveis para a área. O evento faz parte de uma série de debates que acontecerão até o fim de 2024, abordando cada setor da economia.
O segmento agropecuário no Brasil é um dos principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. De acordo com dados do SEEG, em 2022, as emissões do setor atingiram um recorde de 617,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente (GWP AR5), representando um aumento de 3,2% em relação a 2021 e que tem sido puxado pelo aumento do rebanho bovino. Isso fez com que o setor fosse responsável por 27% das emissões brutas do país.
O Plano ABC+ (Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixas Emissão de Carbono na Agropecuária) incentiva o uso de sistemas, práticas, produtos e processos de produção sustentáveis (SPSabc) que contribuem para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Nesse sentido, o financiamento adequado e acessível permite que essas tecnologias cheguem a um maior número de produtores e é fundamental para viabilizar a transição para uma agricultura de baixas emissões, ajudando o Brasil a cumprir suas metas climáticas e promovendo uma produção agropecuária mais sustentável e eficiente.
Mas o que se nota é que, apesar dos significativos benefícios trazidos por esse Plano, o financiamento do ABC+ tem uma disponibilidade de recursos que é ainda bastante menor (nunca superiores a 3% do total do crédito agropecuário) em comparação com o total alocado pelo Plano Safra, de modo que é insuficiente para garantir que as tecnologias e práticas de baixa emissão de carbono sejam amplamente adotadas por todos os tipos e tamanhos de produtores no Brasil. Assim, para atingir os objetivos do ABC+, seria necessário que parcelas maiores do Plano Safra fossem destinadas ao RenovAgro (anteriormente conhecido como Programa ABC).
O Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) pretende, com esse evento, a partir de uma perspectiva multissetorial, reforçar a necessidade de um esforço conjunto que precisará ser assumido por toda a sociedade, de forma que cada segmento precisa se comprometer com o Plano de Transformação Ecológica. Além disso, a partir desses diálogos, serão apresentadas propostas concretas que visam impulsionar a transição econômica verde e sustentável no Brasil.
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