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Aeroporto fechado, rio seco: o colapso anunciado de Rondônia

  • Foto do escritor: Solano Ferreira
    Solano Ferreira
  • 3 de set. de 2024
  • 2 min de leitura

Por Joel Elias


A crise ambiental que assola Rondônia atingiu proporções alarmantes, evidenciando a urgência de medidas drásticas para combater as queimadas e proteger os recursos hídricos da região. Por sete dias consecutivos, o aeroporto de Porto Velho, o maior do estado, ficou praticamente ino-perante devido à densa camada de fumaça que encobre a capital. Este cenário caótico não apenas compromete a segurança dos voos, mas também paralisa o fluxo de pessoas e mercadorias, afetando diretamente a economia local e regional.


queimadas
Rondônia é um dos estados no topo das queimadas criminosas

Em apenas um mês, mais de 40 voos foram cancelados ou redirecionados, causando transtornos incalculáveis para passageiros, empresas e toda a cadeia logística que depende do transporte aéreo. O impacto econômico dessas interrupções é significativo, considerando que Porto Velho é um ponto crucial na rede de transporte e distribuição da região, um centro logístico para a região Norte. Negócios são adiados, compromissos são perdidos e o turismo, já fragilizado pela pandemia, sofre mais um duro golpe.


Paralelamente a esta crise aérea, o Rio Madeira, vital para a economia e o ecossistema da região, registra seu menor nível em quase seis décadas. Com apenas 1,02 metro de profundidade, o rio enfrenta uma situação crítica que ameaça a navegabilidade, assim como o abastecimento de água, a geração de energia e a biodiversidade local. Este cenário de seca extrema, agravado pelas queimadas e pelo desmatamento desenfreado, põe em xeque o futuro sustentável de Rondônia.


Os prejuízos para Porto Velho e para o estado como um todo são multifacetados e profundos. A imagem de Rondônia como destino turístico e de investimentos fica severamente comprometida. A qualidade de vida da população é drasticamente afetada, com o aumento de problemas respiratórios e a escassez de recursos hídricos. A agricultura e a pecuária, pilares da economia local, enfrentam perdas substanciais devido à seca e à degradação ambiental.


Além disso, a crise ambiental expõe a fragilidade da infraestrutura e do planejamento urbano de Porto Velho. A dependência excessiva do modal aéreo e fluvial, sem alternativas viáveis em momentos de crise, evidencia a necessidade urgente de diversificação dos meios de transporte e de uma gestão mais eficiente dos recursos naturais.


É imperativo que as autoridades locais e federais ajam com celeridade e determinação. Medidas emergenciais para combater as queimadas ilegais devem ser implementadas imediatamente, com fiscalização rigorosa e punições severas para os infratores. Paralelamente, é necessário um plano de longo prazo para a recuperação das áreas degradadas e a proteção dos recursos hídricos.


A sociedade civil também tem um papel crucial neste processo. É preciso fomentar uma conscientização coletiva sobre a importância da preservação ambiental, não apenas como um ideal abstrato, mas como uma necessidade prática para a sobrevivência econômica e social da região.


O momento exige uma reflexão profunda sobre o modelo de desenvolvimento adotado em Rondônia. É possível conciliar progresso econômico com sustentabilidade ambiental, mas isso requer uma mudança de paradigma e um compromisso sério de todos os setores da sociedade.


A crise atual deve ser encarada como um ponto de inflexão. Ou Rondônia muda seu curso em direção a um futuro sustentável, ou corre o risco de comprometer irreversivelmente seu patrimônio natural e, consequentemente, seu potencial de desenvolvimento. O tempo para agir é agora, antes que seja tarde demais.




Joel Elias é jornalista atuante na Amazônia brasileira.

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