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1% da população mais rica esgota seu limite anual de emissões de carbono em apenas 10 dias

Foto do escritor: Solano FerreiraSolano Ferreira

Relatório da Oxfam destaca o “Dia dos Ricos Poluidores” e expõe o impacto devastador das emissões do 1% mais rico sobre o planeta

Foto: Freepik

O 1% mais rico da população mundial consome sua parcela do orçamento global de carbono — a quantidade máxima de CO2 que pode ser emitida sem ultrapassar o aquecimento de 1,5°C — em apenas 10 dias. É o que aponta uma nova análise da Oxfam. Já a metade mais pobre da população levaria quase três anos (1.022 dias) para atingir o mesmo nível de emissões.


Chamado de "Dia dos Ricos Poluidores", esse marco alarmante destaca como os super-ricos impulsionam desproporcionalmente a crise climática. O 1% mais rico emite mais do que o dobro de carbono do que a metade mais pobre da humanidade, com impactos devastadores para comunidades vulneráveis e os esforços globais para enfrentar a emergência climática. Para limitar o aquecimento global a 1,5°C, o grupo mais rico precisaria reduzir suas emissões em 97% até 2030.


“O futuro do nosso planeta está por um fio. Apesar da urgência, os super-ricos continuam desperdiçando as chances da humanidade com estilos de vida extravagantes, investimentos poluentes e influência política nociva. Isso é um roubo puro e simples: uma pequena elite está roubando bilhões de pessoas de seu futuro para alimentar sua ganância insaciável”, afirma Nafkote Dabi, líder de Política de Mudanças Climáticas da Oxfam Internacional.


A pesquisa mostra que as emissões desse grupo desde 1990 já causaram — e continuarão causando — trilhões de dólares em danos econômicos, perdas agrícolas extensas e milhões de mortes por calor extremo. Nos últimos 30 anos, os países de baixa e média-baixa renda sofreram danos econômicos três vezes maiores do que os valores de financiamento climático prometidos pelos países ricos.

 

Consequências de um planeta em desequilíbrio


Até 2050, as emissões do 1% mais rico podem levar a perdas agrícolas suficientes para alimentar 10 milhões de pessoas anualmente no Leste e Sul da Ásia. Além disso, 80% das mortes por calor extremo ocorrerão em países de baixa e média-baixa renda, sendo 40% delas no Sul da Ásia.


Dabi alerta: “Os governos precisam parar de servir aos interesses dos mais ricos. Esses grandes poluidores devem ser responsabilizados. É hora de taxar, reduzir emissões e proibir excessos como jatos particulares e iates de luxo. Líderes que não agirem estarão escolhendo ser cúmplices dessa crise.”

 

O que pode ser feito?


A Oxfam propõe ações como:


●        Reduzir as emissões dos mais ricos: Criar impostos sobre renda e riqueza do 1% mais rico, aplicar tributações punitivas sobre bens de luxo e regulamentar corporações para cortar emissões.


●        Fazer os poluidores ricos pagarem: Aumentar o financiamento climático para países do Sul Global, que sofrem os piores impactos. Apesar de promessas de US$ 300 bilhões anuais, a dívida climática dos países ricos já chega a US$ 5 trilhões.

 

Dados alarmantes


Segundo estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), o orçamento anual de carbono por pessoa, para limitar o aquecimento a 1,5°C, é de 2,1 toneladas de CO2. Enquanto o 1% mais rico emite 76 toneladas anuais por pessoa, a metade mais pobre emite apenas 0,7 toneladas.


O estudo da Oxfam, "A Desigualdade de Carbono Mata", detalha como os super-ricos, por meio de seus investimentos e consumo extravagante, estão agravando as crises globais de desigualdade, fome e mortalidade. Em um exemplo emblemático, os 50 bilionários mais ricos do mundo emitem mais carbono em 1,5 hora do que uma pessoa média em toda sua vida.

 

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